Em todos os tempos a humanidade vivenciou a dor, a frustração, a angústia, a doença, os problemas. As ciências, as filosofias e as religiões, analisaram em todas as suas nuances, a dor e o sofrimento humano e a capacidade de alguns lidarem com ela.
Há 2600 anos, onde hoje se localiza a Índia, viveu um príncipe, o SIDARTA GAUTAMA. Nasceu riquíssimo, com uma semana de vida, perdeu sua mãe. Para protegê-lo de todos os males e do mundo, seu pai contratou centenas de mulheres para cuidar dele e o levou para um grande palácio, onde foi cercado com todo ouro e privilégios materiais. O tornou prisioneiro por 29 anos. Sidarta não tivera contato com nenhuma forma de sofrimento, dor, ou nada que não fosse belo e perfeito. Nunca fora apresentado ao mundo e as suas mazelas. Todo sofrimento humano fora mantido distante do seu conhecimento. Aos 18 anos seu pai o casou com uma prima de 16 anos, com a qual teve um filho. A lua de mel de Sidarta durou dez anos. Ás vésperas do seus trinta anos Sidarta resolve romper as portas do palácio, enfrenta seu pai e faz uma visita ao vilarejo mais próximo do seu palácio. O pai de Sidarta, o rei, delibera que o mantenham longe de toda manifestação de dor ou sofrimento inerente inerente ao homem comum.
Na primeira saída de Sidarta do palácio, ele visualiza um idoso e questiona a um servo: O que é isso? O servo responde que é um velho, e ele se espanta ao saber que um dia também poderá envelhecer. Conhecer a velhice é o primeiro problema que Sidarta conhece durante a sua vida. Na segunda saída do palácio, ele viu um homem gemendo de dor. Ele visualiza o segundo problema. Na terceira saída ele viu um morto, entrou em desespero ao saber que poderia morrer e retornou ao palácio aos prantos. Na quarta saída ele ver um homem na postura de lótus, meditando.
Sidarta caiu em si, percebeu que ao seu redor, mesmo por trás de tanto engano, havia sofrimento. As pessoas o tempo todo surgiam e sumiam, com as mais estranhas explicações criadas para protegê-lo da verdade. Sidarta percebe que o sofrimento existe no mundo e não há um ser humano que não sofra. Ele decide passar o resto da sua vida buscando a causa do sofrimento humano e como neutralizá-lo.
Decidiu viver o oposto de tudo o que vivera até então. Entregou-se a pobreza absoluta, foi viver na floresta, flagelando-se diariamente, dormindo uma hora por dia, pendurado em árvores ou em situação de desconforto, se alimentando o mínimo possível. Acreditou que punindo o corpo, impondo-se a grandes dores, livraria-se do sofrimento, quando este se apresentasse. Como um soldado que impõe a si próprio duros treinamentos para na batalha sentir facilidade de lutar. Após seis anos ele percebe que flagelar o corpo não gera ILUMINAÇÃO. Decide então meditar profundamente embaixo de uma figueira pelos anos seguintes. Sidarta transcende o sofrimento humano, as dores, culpas e tentações através da meditação, chegando a iluminar-se. Tornou-se BUDA: iluminou a sua vida e chegou às seguintes conclusões:
- A causa de todo sofrimento humano é o desejo, que gera cobiça, que gera apego, que gera posse. Ele orienta que façamos uma lista com todos os nossos pertences, sem esquecer de nenhum. E mostra-nos neles, a causa do nosso sofrimento. a posse, o apego.
- Nada que pensamos possuir é nosso, somente está conosco. BUDA diz que a falsa sensação de perda vem da falsa sensação de posse. Não possuímos nada, nem mesmo o sofrimento. Tudo passa por nós, vivemos em um mundo transitório, de mudanças, utilizamos algumas coisas que em seguida serão utilizadas por outros, e nós continuaremos passando adiante, caminhando por estradas sem fim, vivenciando todas as experiências que nos levarão à iluminação suprema rumo ao infinito.
- O desejo carnal é causa de grande sofrimento e ilusão. A carne faz parte do mundo de transitoriedade, é passageira. Somente as ações pertinentes ao que somos em espírito e verdade trazem a FELICIDADE SUPREMA.
- Desejamos sempre mais, tudo o que temos não basta, queremos mais. Desejamos sempre algo melhor, nunca está bom o suficiente, sempre existe algo melhor, e esse melhor é o que queremos. A posse gera desejo e o desejo gera sofrimento.
Sócrates não possuía nada, usava uma túnica e tinha outra para trocar quando sujasse. Não usava sandálias. Mas vivia a passear no mercado local, que corresponde aos nossos shoppings atuais. Vivia a provar roupas e sandálias no mercado todos os dias com o objetivo de mostrar a si próprio que não precisava daquilo para ser feliz. Esse era o passeio socrático. Experimente fazê-lo você e veja o que sente com a experiência.
Obsessores, na visão espírita, são aqueles que não foram capazes de dizer adeus, nada mais do que isso. Apegados a pessoas, coisas, lugares, apegados a dor, ao rancor, ao sofrimento, ao sentimento de vingança, esses são os obsessores. Será que não estamos caminhando para sermos obsessores? É esse o destino que almejas? Consulte sua consciência, seus pensamentos, suas ações.
Seja FELIZ, viva um dia de cada vez, desapegue-se. Somos transeuntes, estamos de passagem, logo daremos adeus a tudo e a todos que hoje nos circundam. Nunca perdemos nada, não temos nada, administramos e utilizamo o que está ao nosso alcance. Sempre, a todo o tempo ganhamos experiências, aprendemos eternamente no infinito AGORA.
JESUS diz: "O PÃO NOSSO DE CADA DIA DAI-NOS HOJE." Somente por hoje.
Namastê
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